VOZES E ECOS: CELEBRANDO A ORALIDADE AFRODIASPÓRICA

VOZES E ECOS: CELEBRANDO A ORALIDADE AFRODIASPÓRICA 

“Respeitar quem veio antes 

É ensinar quem vem depois

Conhecer a história

Ativar a memória

Saber quem é quem

Dar nome aos bois”

Roberta Estrela D´Alva

A Comissão Antirracista do Colégio Equipe tem o prazer de convidar a todes para o evento VOZES E ECOS: CELEBRANDO A ORALIDADE AFRODIASPÓRICA. Um evento antirracista, que busca reconhecer e celebrar, junto com a comunidade escolar do Colégio Equipe, a oralidade como um dos valores fundamentais dos povos africanos e afro-brasileiros  para a prática de uma educação transformadora.

Este evento busca ressaltar a beleza e o poder da comunicação verbal como forma de compartilhamento de sabedorias e manifestação artística presentes na nossa cultura, e a sua importância na constituição da nossa identidade afro-brasileira e na manutenção das nossas tradições ressignificadas pelos novos tempos.

Por conta disso, teremos uma programação diversificada que incluirá as seguintes atrações, mediadas por membros da Comissão Antirracista do Colégio Equipe:

·        A exibição do documentário Disque Quilombola e uma roda de conversa mediada pela pedagoga e professora do Colégio Equipe Nélia Hora, para alunos do Fundamental 1;

·         Um encontro entre nosso Clube de Leitura e o aclamado autor Marcelo D´Salete, no qual teremos como foco a linguagem das suas histórias em quadrinhos como instrumento narrativo fundamental para o povo negro do nosso país. Esta conversa será mediada por Marco Aurélio, integrante da Comissão;

·         Uma conversa sobre os 15 anos do Slam no Brasil, na qual contamos com a ilustre presença de dois poetas, Nuel e Tawane Theodoro, crias do Slam Interescolar. Esta conversa será mediada por Eugênio Lima, integrante da Comissão;

·         Uma intervenção artística sobre a obra de Carolina Maria de Jesus: “Um Canto do Quarto” performada pela artista Luz Ribeiro e pelo DJ Joseph Rodriguez;

·         E, por fim, uma roda de capoeira em homenagem à Mestra de Capoeira Dofona, ícone feminino essencial na promoção da educação antirracista no Colégio Equipe, conduzida por Evie Santiago, integrante da Comissão.

O evento Vozes e Ecos: Celebrando a Oralidade Afrodiaspórica contribui para a valorização da oralidade, não só como forma de comunicação, mas também como parte intrínseca da nossa cultura e da transmissão de conhecimentos, essenciais  para a preservação da diversidade cultural e para a celebração de valores fundamentais em todo o mundo. Mais que tudo, desejamos criar um espaço de celebração e de encontro, no qual possamos exercitar o lugar de fala e o lugar de escuta, mirando os ecos e desdobramentos da diversidade cultural homenageando as sabedorias contemporâneas e ancestrais.

INFORMAÇÕES:

Data:  Sábado 28/10/2023 

Horário: das 10h às 13h

Local: Colégio Equipe – Rua São Vicente de Paulo, 374 – Higienópolis, São Paulo

(Próximo ao metrô Marechal Deodoro)

Entrada Gratuita

SINOPSES ATIVIDADES:

Cinema Pretinho e Roda de Conversa

Faremos a exibição do documentário Disque Quilombola e, após a exibição, a pedagoga e professora do Colégio Equipe, Nélia Hora, mediará uma roda de conversa entre as crianças sobre o filme.

Disque Quilombola 

Por meio de uma brincadeira, o telefone de latinha, crianças do Espírito Santo contam como é a vida num morro de Vitória e em uma comunidade quilombola. Nessa conversa, as crianças falam de suas raízes e mostram que a infância tem mais semelhanças do que diferenças.

Ficha Técnica:

Direção: David Reeks

Produção: Lia Nunes, Luiz Boffa, Daniela Meirelles e Gabriela Romeu

Roteiro: Gabriela Romeu e Renata Meirelles

Fotografia: David Reeks e Renata Meirelles

Animação: Rafael Terpins e JãoZão

Música: Paulo Brandão, Brand Estúdio

Produção executiva: Elizah Rodrigues

 Clube de Leitura convida Marcelo D´Salete

O Clube de Leitura é um encontro de leitores, aberto a todes que queiram trocar sensações e reflexões geradas pelo livro lido. Uma oportunidade para ampliarmos o olhar sobre a obra e, por meio das trocas, promovermos o letramento e o aprofundamento do trabalho da conquista antirracista. 

No evento, iremos receber Marcelo D’Salete para uma conversa sobre sua obra. A conversa será mediada por Marco Aurélio, integrante da Comissão.

Marcelo D’Salete é autor de histórias em quadrinhos, ilustrador e professor. Estudou design gráfico, é graduado e mestre em artes plásticas.

Publicou o álbum Cumbe, que aborda o período colonial e a resistência negra contra a escravidão no Brasil. Publicou também Angola Janga – Uma história de Palmares, que trata dos antigos mocambos da Serra da Barriga, mais conhecidos como Quilombo dos Palmares. Angola Janga foi amplamente premiado.

A obra Encruzilhada, relançada em 2016, versa sobre violência, jovens negros e discriminação em grandes cidades. 

A obra Mukanda Tiodora traz a São Paulo da década de 1860 a partir da experiência de uma mulher negra escravizada. Uma história emocionante, inspirada em fatos reais, em uma edição rica em materiais de apoio, que inclui textos das historiadoras Cristina Wissenbach e Silvana Jeha, uma cronologia da luta abolicionista em São Paulo e, pela primeira vez, a reprodução integral das cartas de Tiodora. 

http://www.dsalete.art.br/bio.html

Slam 15 anos no Brasil

O que são slams, ou poetry slams? Poderíamos dizer que são competições de poesia falada, batalhas performáticas das quais participam poetas munidos de textos autorais, de até 3 minutos, sem acompanhamento musical, cenário ou figurinos, e com a participação de um júri popular. Mas sabemos que isso é só um pretexto para algo muito maior, um slam é uma “zona autônoma temporária”, uma fresta no tempo, um território livre, autogerido, onde o conflito, a convivência da diversidade e a celebração se apresentam como diálogo efetivo e superação das condições nas quais se encontram vozes historicamente silenciadas, que passam a ser ouvidas.  Desde 2008 no Brasil, o slam criou raízes, se tornou um movimento nacional e floresce por todo o país, celebrando a poesia que vem das ruas e do povo em mais de 200 comunidades espalhadas por 20 estados brasileiros com enorme impacto no público jovem e periférico.

Iremos receber Tawane Theodoro e Nuel, para uma conversa sobre slams que será mediada por Eugênio Lima, integrante da Comissão. Teremos também um momento de microfone aberto onde todos os poetas presentes poderão apresentar as suas poesias! 

Tawane Theodoro, nascida em 1998, cria do Capão Redondo, zona sul de SP. É poeta marginal, slammer, uma das organizadoras do Sarau do Capão e cofundadora do Slam do Bronx, coletivo que organizou até Janeiro/2022. Também é uma das poetas formadoras do Slam Interescolar desde 2019.

Apresentadora das duas temporadas da série “Reload no Futura” disponível no canal da Futura e no Globoplay.

Autora dos livros: “Afrofênix: A fúria negra ressurge” e “A pluralidade da poeta”.

Nuel, nascido em São Miguel, criado parte no Itaim Paulista e parte no bairro dos Pimentas, na periferia de Guarulhos, é poeta-slammer, ator e estudante de história na USP.

Em 2022, foi campeão do Slam do Prego e, representado-o, chegou à semifinal do Slam SP. Em 2023, chegou ao estadual representando o Slam Jazz, foi campeão do Slam Interescolar, do torneio de Slam em dupla Estéticas das Periferias e do torneio do Slam bilíngue Cultura Inglesa Festival.

Apresentação: Um canto do Quarto com Luz Ribeiro e o DJ Joseph Rodriguez.

A partir da obra musicada Quarto de Despejo, disco de 1961,  Luz Ribeiro relê e revisita as alegrias e amarguras da vida da catadora, escritora e favelada Carolina Maria de Jesus.

Usando como norteadores a linguagem da poesia, spoken word e nova roupagem musical, o show “Um Canto do Quarto” narra as proximidades e arestas de mulheres negras brasileiras. Mães solo, amazonas do asfalto, onde são semelhantes? Onde são distintas e únicas?

“Um Canto do Quarto é minha tentativa de acariciar as palavras de Carolina dentro do quarto de despejo”  – Luz Ribeiro

Uma ode à liberdade e expressividade de  mulheres negras no mundo!

Luz Ribeiro é Mãe, Escritora, Atriz, Narradora e Slammer.

Joseph Rodriguez é multiartista trans do Grajaú.

Homenagem à Mestra Dofona

Pretendemos render homenagem à Mestra Dofona, ressaltando o seu papel pioneiro e essencial para a educação antirracista, seja pela sua trajetória na capoeira angola, bem como pelo conhecimento que transmite sobre outros aspectos da cultura afrobrasileira.