São Paulo, 13 de março de 2023
Queridas famílias,
Considerando que o momento do lanche é coletivo e que faz parte da nossa proposta educacional conversar com as crianças sobre a qualidade da nossa alimentação, gostaríamos de contar com o cuidado e a colaboração de vocês com relação a alguns aspectos.
Sabemos que cada família segue uma conduta alimentar que não precisa estar de acordo com um padrão comum pré-estabelecido, mas considerando que fazemos uma refeição coletiva com as crianças cinco vezes por semana, temos aproveitado para conversar com elas sobre o que é uma alimentação saudável e para incentivá-las a conhecer e provar novos alimentos. Esses momentos coletivos nos oferecem de fato uma ótima oportunidade para investir em situações de aprendizado e despertar a curiosidade das crianças sobre os diferentes tipos de alimento, de forma que esse tema é abordado durante todo o ano letivo, como uma atividade permanente na qual podemos trazer diversos conteúdos: o conhecimento de diferentes frutas, suas partes, sua origem, forma de plantio e qualidades; a diferença entre alimentos naturais e industrializados; a diferença entre o sabor de alimentos natural ou artificialmente adoçados; e muitos outros.
Embora, desde o retorno às aulas presenciais após o início da pandemia, as crianças não estejam trocando alimentos entre si (o que esperamos poder fazer em algum momento), essas conversas são muito ricas e despertam o interesse das crianças por provar e consumir alimentos que não conhecem, ampliando seu paladar e se abrindo para a ideia de priorizar e se adaptar ao sabor de alimentos saudáveis em sua rotina. Embora algumas crianças passem por fases mais seletivas, quando são mais resistentes à variação, consideramos que é fundamental investirmos nesses temas, levando em conta que, a partir da experiência cotidiana de tomar lanche na escola com os amigos, estão também formando e ampliando seus hábitos alimentares.
Para manter a coerência desta proposta com os alimentos com os quais entramos em contato nos momentos de lanche, seguem algumas orientações que gostaríamos que vocês seguissem:
- O ideal é que o lanche diário seja composto por uma fruta, um complemento salgado (ou doce de vez em quando) e algo para beber (suco ou água).
- A partir desta base, recomendamos que possam escolher as particularidades da composição do lanche junto com as crianças, de forma que elas possam participar da arrumação da lancheira.
- Quando enviarem frutas já cortadas, pedimos, por favor, que mandem garfinhos ou colheres de casa para evitar o uso de descartáveis.
- Pedimos que não mandem refrigerantes, chocolates, biscoitos recheados, salgadinhos industrializados e sucos tipo néctar. Esses alimentos seduzem o paladar das crianças, levando-as a desejar cada vez mais o seu consumo em lugar de alimentos mais naturais.
Para facilitar o cotidiano de vocês, preparamos uma lista de sugestões a partir de alimentos que costumam ser bem aceitos pelas crianças, constituindo uma alimentação gostosa e saudável. Sugerimos também que as famílias troquem informações entre si.
Frutas, iogurtes e cereais
- Frutas frescas
- Frutas secas (uva passa, banana passa, maçã desidratada etc.)
- Iogurtes com frutas e/ou cereais
- Granola (com iogurte ou com fruta)
- Barra de cereal natural
Complementos salgados (ou doces)
- Sanduíches com pães e recheios variados (manteiga, requeijão, homus, coalhada seca, pasta de amendoim, ricota com azeite e sal etc.)
- Sementes (girassol, castanha, pistache, amêndoa etc.)
- Queijos (cubinhos de queijo branco, palito ou nozinho, enroladinho de queijo prato / mussarela)
- Ovo cozido (galinha ou codorna)
- Milho cozido
- Tomate cereja (cortado longitudinalmente para crianças pequenas)
- Pepino ou cenoura cortados em palitinhos
- Cenourinhas
- Tapioca
- Pipoca feita em casa
- Tortas salgadas caseiras
- Grissini salgado
- Alga japonesa (nori)
- Panquequinha de banana com ovo
- Biscoitos e bolachas sem recheio
- Bolos sem cobertura
Bebidas
- Sucos naturais
- Água de coco
- Chá gelado
- Água
No caso específico deste grupo, temos o Guilherme, que possui alergia moderada a severa a amendoim e castanha do Pará, e pode desenvolver alergia a outras castanhas. A exposição a estes alérgenos, seja por via oral ou tópica, pode desencadear reação alérgica leve a anafilática.
No momento, ele não pode ingerir alimentos que contém esses alérgenos, nem alimentos que podem ter resíduos destas substâncias, informados no rótulo como “Atenção alérgicos/Pode conter amendoim e castanha do Pará”. Como cuidado coletivo, o envio na lancheira de alimentos que contenham amendoim ou castanha do Pará pode trazer risco de contato pela pele, caso caiam na sala ou uma mão suja toque no Gui. Assim, uma sugestão seria que quando enviá-los, as professoras sejam avisadas para que haja um cuidado redobrado.
Os alimentos com maior consumo no Brasil que contém amendoim/castanhas são:
- pasta de amendoim
- paçoca
- chocolates com amendoim ou castanhas
- cajuzinho
- mix de castanhas
- granola (algumas)
- torrone
Alimentos industrializados apresentam alta incidência de traços, sinalizados com aquele aviso “Pode conter amendoim/castanhas” e ele não pode consumir, mas não há risco quando alguém ao lado consome. Alimentos caseiros, como bolos, biscoitos, granola que não têm esses alérgenos, não trazem risco. Apesar disso, ele já teve uma reação anafilática consumindo nozes adquiridas a granel em loja que também vendia amendoim/castanha do Pará.
Hoje em dia Guilherme consome com frequência avelã, componente da Nutella, mas a família evita as outras castanhas.
Agradecemos a compreensão de vocês e nos colocamos à disposição para conversar mais sobre o assunto.
Camilla e Tiemy
Professoras
Joana Elkis
Orientação