Educação Física no Equipe: disciplina levada a sério!

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Dizer que o Equipe me ensinou a gostar de História, Geografia e a ler mais, seria mentira – eu já gostava antes. Dizer que me ajudou a destemer a Matemática com Zé Maria, seria pouco. Dizer que os trabalhos de campo me fizeram mais jornalista que a faculdade, é só uma parte dessa história. E acho que todo mundo que passou pelo Colégio acaba destacando esses mesmos pontos. Sou da turma de 1996 e, hoje, aos quase 40, quando estou correndo ou lutando num tatame, tenho certeza de que o maior legado que ficou foram as aulas de Educação Física – sim, essa disciplina tão desprezada e desrespeitada em geral, tida como secundária, “um saco”, e com professores desmotivados, que mais parecem treinadores de academia de rua. Nós, no Equipe, não tivemos esse azar, porque ali os professores de Educação Física levam o negócio a sério.

Tão sério que, em 1994, as alunas mais velhas que eu pediram que fosse criada uma turma de futebol feminino e, rapidamente, o colégio o fez. Sorte a minha. Odiava competição, mas quando o Nelsão me botava na quadra – que jeito! –, até gol de joelho eu cheguei a fazer (taí a foto do Campeonato Municipal de 1994, que vencemos). Mais de vinte anos depois, futebol feminino é normal nos colégios. No mesmo ano, ou talvez um depois, Chiquinho e Paulão, convencidos de que eu estava à altura de uma competição externa, me botaram para correr 400 metros em uma prova no Ibirapuera – fiquei em 4º lugar! De quatro corredoras… vexame! Mas poucos professores me apoiaram e me incentivaram tanto quanto eles dois e Nelsão.

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Certeza de que muitos da minha turma foram fazer Educação Física ou esportes por causa deles. Eu queria ser jornalista desde os 10 anos (até onde a memória alcança), então sabia que não era a minha. Não queria ser professora e nunca seria uma esportista de alto rendimento. Mas a atividade física ficou para sempre na minha memória corporal. Entre o Equipe e a vida de hoje, fiz tudo quanto é atividade: joguei muita bola, corri um bocado, fiz natação, hidro, tai chi e cheguei até a faixa marrom de aikido. Na fase mais difícil da minha vida, quando tive uma crise de pânico, ioga e dança me ajudaram muito. Hoje, quando corro, ainda que na esteira, me lembro de que enquanto as minhas colegas de classe se trancavam no banheiro durante a clássica corrida em volta da escola, naquele prédio da Rua Capri, eu sentia a adrenalina sendo liberada pelos poros e me sentia livre, imensamente livre. Obrigada, Chiquinho, Paulão e Nelsão pelas lições que ficaram para a vida toda!

 

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Débora Rubin de Toledo
Aluna do Colégio Equipe entre os anos de 1990 a 1996