Aqui no Equipe fazemos um encontro com ex-alunos chamado “follow up”. O nome é importado porque não encontramos uma expressão com o mesmo sentido em português, pois a proposta não é de um reencontro para matar as saudades, embora, felizmente, isso também faça parte do evento. Mas convidamos os ex-alunos para contarem sua trajetória após o Equipe e também para fazerem uma avaliação da escola após cinco e dez anos de formados.
No sábado, 13 de maio, nos reencontramos com os alunos formados em 2012. Vejam só o que alguns nos disseram:
“Dou muito crédito à formação do Equipe, não só pelo currículo, mas pelos próprios alunos que são muito questionadores.”
“Faço Física e vejo hoje que a Matemática pode ter um papel importante na forma de pensar. Acho que houve falha nesse aspecto na formação do Equipe.”
“Um dos males do Equipe é que eu quero saber de muita coisa.”
“Gosto muito do Equipe porque os professores têm muita liberdade de ensinar, são muito diferentes, o que gera muita discussão e debate. Muitas vezes, por influência do Equipe, acabo sendo um crítico compulsivo e não sei se isso é bom. Mas o que levo do Equipe é o amor ao conhecimento.”
“Hoje faço Biologia e senti falta de uma formação em Ciência mais pura.”
“Aprendi a não aceitar as verdades absolutas.”
“Aqui eu estava acostumada a perceber que as notas são produtos de um processo de aprendizagem, mas na faculdade não é assim, a visão da faculdade é de que as notas são reflexos de uma produção.”
“O Equipe ajudou muito na minha escolha de faculdade, em especial o formato da 3ª série do Ensino Médio com o trabalho de monografia e os cursos temáticos; é uma introdução à vida acadêmica.”
“Entrei em Biologia na Unicamp e lá senti um ambiente muito competitivo. Sinto que o Equipe não te prepara para isso.”
“O Equipe despertou minha vontade de expor minhas ideias através da escrita.”
“Entendo que o Equipe faz parte do que eu sou e será sempre a minha escola.”
“Acho um privilégio ter estudado numa escola que faça as pessoas pensarem. Aqui eu era muito crítico, mas a crítica deve ser feita dentro do Equipe para que ele seja ainda melhor do que é.”
“É bom ver que o mundo não se restringe ao que vivemos aqui!”
“Tive base na escola para diversas leituras e conteúdos que contribuíram com a experiência na faculdade.”
“É por influência do Equipe que eu quis ser agente social, fazer a diferença.”
“Aprendi a olhar para o outro.”
“O Equipe é uma ‘bolha’, mas uma boa bolha. Podemos sair daqui com uma noção de que o mundo é assim e não é, temos que tomar cuidado.”
“O Equipe continua sendo referência de convivência e pertencimento a um grupo.”
“O Equipe ajudou na minha formação de caráter, abriu meus olhos para muita coisa. Hoje faço Direito e quero virar defensor público; é uma forma de exercer o Direito de uma maneira mais consciente.”
“Hoje, fazendo Medicina, me pergunto: O Equipe forma otimista ou sem noção? Percebo que dentro da faculdade ninguém sabe nem se pergunta por que está ali. Mas eu me pergunto o tempo todo e é porque o Equipe me ensinou a ver e a admirar o ser humano e, apesar do ambiente difícil, é o que me faz continuar no curso.”
Aprender a pensar, a valorizar o conhecimento, saber trabalhar em grupo, gostar do debate e da troca de ideias, querer fazer a diferença e perceber que o mundo é muito maior do que o que a escola apresentou: é muito gratificante ouvir isso. Por outro lado, é sempre duro saber que muitos ambientes fora da escola são competitivos, não valorizam o ser humano e que alguns de nossos alunos estranham e sofrem com isso. A eles, podemos dizer: pois continuem estranhando o mundo da competição desenfreada, de ambientes onde o conhecimento está dentro da lógica da produção e da desumanidade. Não são vocês que devem se adaptar a este mundo, mas ele é que deve se transformar com suas presenças éticas, críticas, sensíveis e criativas!
Luciana Fevorini
Diretora Escolar