O papel das histórias de vida na construção da História

Disciplina Projetos - 9° Ano

 

Jane Michelin Nunn Picchetto

Entrevistado(a)

 

A entrevistada foi a minha avó, Jane Michelin Nunn Picchetto, de Cerqueira Cesar, de 71 anos, com descendências norte-americana, francesa e italiana. Ela conta a história de seu avô materno, que veio moço para o Brasil trabalhar na construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, um projeto americano para o qual foram trazidos engenheiros para trabalhar.

No Brasil, ele conheceu uma francesa, Adelaide Michelin, e tiveram uma filha. Quando a sua mulher faleceu, ele continuou no Brasil como vice-cônsul americano, morando em Recife. Logo depois, ele se estabilizou no Brasil e veio morar em São Paulo, onde se casou novamente. Trabalhava nas Refinarias de Milho Brasil e teve mais dois filhos; depois se estabilizou por aqui. Ele tinha uma vida muito boa, eram uma família de protestantes com costumes mais rígidos; como eram muitos juízes nesse grupo familiar, na qual se tinha um certo padrão de vida.

Seu país de origem devia estar em uma condição boa, pois eles não vieram para cá em busca de oportunidades mas com trabalho para construir estradas de ferro no Brasil. Foram convidados a usar aqui a tecnologia dos americanos e dos ingleses. A família da minha avó começou quando o seu avô decidiu fugir da sua família americana para vir morar aqui; então, já no Brasil, ele formou uma nova família. Quando pararam de construir a estrada de ferro, pois o custo era muito alto, ele decidiu se estabilizar no Brasil, e se casou novamente. Ele era um jovem engenheiro com curiosidade de conhecer novos mundos, e o Brasil tinha uma propaganda lá fora de um país exótico, onde se poderia ganhar muito dinheiro. E veio por curiosidade e acabou vivendo por aqui; gostou muito do Brasil, acho que não se arrepende de ter vindo. Suas condições de vida melhoraram, suas filhas se casaram com brasileiros.

Seu primeiro trabalho foi a construção da ferrovia. Infelizmente, ninguém da família se casou com norte-americano, casaram-se com italianos imigrantes que vieram para o Brasil. E o preconceito havia, pois eles tinham uma vida totalmente à parte dos brasileiros, então eles não se misturavam.

Quando tudo isso terminou, a maioria voltou para a América do Norte; já ele continuou aqui. Por conta da educação mais rígida, eles eram muito educados, ele tinha umas receitas de família, onde ele fala que o espírito americano não está em Nova York e sim nas culturas. Além de tudo, ele gostava também de marcenaria, e fazia coisas como mesas, cadeiras etc.

A tecnologia ajudou muito a vida da minha avó, e a lembrar de tudo como, pois hoje em dia ela tem uma foto do avô dela e da mãe dela no celular. Então melhorou muito, e isso aproxima muito, pois existe toda a tecnologia para fazer o DNA da família.

Acho que hoje em dia minha avó não voltaria para o país de origem do avô dela, só se ela tivesse uma boa oportunidade ela iria; mas ela gosta muito do Brasil, que é o país onde ela nasceu, cresceu e está vivendo.

FOTO DE QUANDO A MÃE DA MINHA AVÓ FOI COM SEU PAI PARA OS ESTADOS UNIDOS CONHECER A FAMÍLIA

 

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