O papel das histórias de vida na construção da História

Disciplina Projetos - 9° Ano

 

Matthieu Hebrard

Entrevistado(a)

 

Matthieu Hebrard, meu pai, é francês e imigrou para o Brasil em 2001. A família do meu pai já é uma família de imigrantes; a família da mãe dele (minha avó) emigrou da Espanha para a França, no século 19. O lado familiar do pai dele, meu avô, é mais francês.

Minha mãe morou um tempo na França e lá ela conheceu o meu pai. Minha mãe queria fazer psicanálise e, por isso, os dois voltaram para o Brasil. Antes de chegar ao aqui, meu pai achava muito legal e interessante o país, mas tinha um problema: uma amiga dele de adolescência teve seu pai assassinado durante a Ditadura Militar e, por esse fato, ele desenvolveu um “preconceito” em relação ao país, achando que talvez fosse um país muito violento e com muita desigualdade social e com uma situação política mal resolvida.

Durante a imigração, ele teve sim um pouco de arrependimento de ter vindo, sentia saudades do país dele e também um pouco de desentendimento cultural. Meu pai manteve poucos laços comunitários com os franceses. Por ele ter se casado e tido filhos no Brasil, o único laço comunitário que ele manteve é que ele trabalha em uma escola de franceses. Ele não teve tanta dificuldade de adaptação e não teve rejeição da família e dos amigos. Meu pai tem vontade de voltar para o seu país natal, mas seria para uma cidade diferente. A razão que explica sua vontade de voltar é que, depois de 18 anos, você perde um pouco de noção de seu país natal, e, claro, também tem a parte da saudade.

 

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