Disciplina Projetos - 9° Ano
Entrevistado(a)
Adelina Moraes Ferreira, portuguesa, migrou ao Brasil em 1955, aos 20 anos de idade. Ela e sua irmã, Fernanda, apenas dois anos mais velha, saíram sozinhas de Granjinha, localizada na região de Viseu, no Norte de Portugal. Vieram de navio, numa travessia de três meses, até chegarem em Belém do Pará. Esperavam encontrar seu pai, já que lá era sua cidade natal. Ele fora levado a Portugal quando criança, tendo retornado ao Brasil anos depois, casado, deixando Adelina e Fernanda em Portugal sendo criadas pela avó.
Elas imigraram após a morte da avó. Na chegada ao Brasil, disse que não sentiram preconceito nenhum, pelo contrário, que foram muito bem acolhidas pelos brasileiros, mas que sofreram muito para se adaptar, pois elas não conseguiram conviver com os seus pais e seus três novos irmãos, que não conheciam até então. Foram à procura de uma casa para morar e criaram sua própria independência através de um comércio varejista que abriram com a herança da família em Portugal.
Pouco tempo depois, Adelina conheceu Antônio, outro imigrante português. Ele foi o amor de sua vida, com quem se casou e teve três filhos. Em 1970, eles migraram a São Paulo com os filhos ainda pequenos, pois queriam mais oportunidades de trabalho para ter uma renda maior e conseguir sustentar uma família grande.
Até hoje, uma parte dela se arrepende de ter deixado Belém do Pará, pois é onde sua irmã vive, que era seu único vínculo com sua vida antiga em Portugal e, atualmente, de quem tem mais saudade. Por outro lado, foi em São Paulo que construiu sua vida e onde seus filhos e netos vivem.
Durante a entrevista, Adelina parecia sempre desviar-se de assuntos relacionados à tecnologia. Imagino que isso se deve ao fato de que, tanto em Portugal, quanto no Brasil, sua família sempre morou em cidades pequenas e esteve ligada ao pequeno comércio, nunca tendo domínio à nenhum tipo de tecnologia.
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