Ana Clarissa Candido Moura

Ana Clarissa Candido Moura narra a história de seu bisavô e bisavó, que são imigrantes árabes, mais especificamente da Arábia Saudita. Seu bisavô era um nômade do deserto e fazia comércios por lá. Já sua bisavó residia em um oásis. Eles tiveram vários filhos, todos homens, e todos seguiram com a mesma carreira de seu pai.

Quando o bisavô da entrevistada soube que uma guerra que iria acontecer por lá, imediatamente foi até o oásis onde estava a esposa dele e, juntos, foram para Portugal de camelo, sem seus filhos, atravessando todo o deserto. Ao chegar em Portugal, eles entraram no primeiro navio que acharam e que, por coincidência, era um navio que os levariam ao Maranhão.

Ao chegar lá, deixaram de ser nômades do deserto e passaram a ter documento, nome e começaram a ter bens, pertences. A bisavó da entrevistada tem o nome de Maria; e o nome do bisavô era Francisco. Seu sobrenome era Moura, fazendo referência à migração dos mouros.

A bisavó trabalhava em casa e o bisavô continuou com o trabalho de comerciante. Lá, eles tiveram filhos, esses filhos continuaram seguindo a carreira de comerciante, igual ao seu pai, sucessivamente. A única exceção foi o pai da entrevistada, que seguiu a carreira de cineasta.

Ao chegar ao Brasil, eles começaram a ter acesso a tecnologias, como carros, casas, saneamento e outras, coisas que não existiam quando moravam na Arábia Saudita. No Brasil, eles tiveram suas vidas melhoradas, tanto que muitos dos costumes que tinham, quando moravam na Arábia Saudita, abandonaram. Esqueceram completamente como se fala a língua árabe e fizeram questão de não contar várias histórias de quando eles moravam lá; apenas pequenas coisas foram contadas.