O papel das histórias de vida na construção da História

Disciplina Projetos - 9° Ano

 

Angela Maria Schwengber

Entrevistado(a)

 

Angela Maria Schwengber, 50 anos, narra a história dos imigrantes Elvira Razador, sua bisavó, e de seus pais, Tereza e Natal Razador, seus tataravós. Essa família morava em Pádua, na Itália, e imigrou para o Brasil entre 1897 e 1900, não se sabe ao certo a data.

Eles imigraram para cá motivados por campanhas de atração de colonos para trabalharem substituindo a mão de obra escrava, que acabara de ser abolida por aqui.

Na Itália, trabalhadores como os dessa família, eram pobres, trabalhavam para outras pessoas e tinham o desejo de ter a própria terra e, com todo esse movimento de imigração naquela época, com o intuito de trabalhar no campo, a família decidiu vir para o Brasil.

Eles chegaram ao Porto de Santos e, inicialmente, foram levados para Belo Horizonte, para trabalharem nas fazendas de café. Dez anos mais tarde, a família migrou para o Rio Grande do Sul, mais especificamente para uma colônia nova na localidade de Ajuricaba, no interior daquele estado, pois como já dito, seu grande desejo era possuir a própria terra, para, entre outras coisas, cultivar uva e produzir vinho.

Lá, eles constituíram novas famílias e criaram seus filhos, vivendo da agricultura de subsistência. Juntamente com outras famílias de imigrantes, foram adquirindo terras e colonizando aquela e outras regiões do estado.

Como eles viviam em áreas majoritariamente rurais, não havia muito acesso a alguns itens básicos. Sendo assim, as famílias seguintes tiveram que se adaptar e produzir algumas coisas. O avô de Angela tinha uma serraria, onde ele produzia madeira para a construção das casas, por exemplo.

A infância dos antepassados de Angela foi na roça, porém era uma vida bem diferente da de hoje em dia. Não existia luz elétrica, e as crianças brincavam com aquilo que encontravam no seu cotidiano; não existia fabricação de brinquedos ali.

A industrialização ainda não havia chegado ao Brasil. Para o trabalho no campo, não existia trator nem colheitadeira, as famílias ainda trabalhavam com enxada, arado e tração animal, e a serraria, por exemplo, era movida por energia de roda d’água. Eles viviam basicamente do que eram capazes de produzir.

Toda essa história é o que Angela sabe contar a partir da tradição oral de sua família, pois não há muitas fotos nem documentos, nem tampouco alguém que saiba contá-la tão bem como quem a viveu.

O CASAL NO CENTRO DA FOTO SÃO TEREZA E NATAL RAZADOR, OS TATARAVÓS DE ANGELA. A MENINA EM PÉ É ELVIRA RAZADOR, FILHA DE TEREZA E NATAL, BISAVÓ DE ANGELA. NÃO SABEMOS AO CERTO QUEM SÃO AS OUTRAS PESSOAS DA IMAGEM

 

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