Caras famílias,
Continuamos em um período em que os indicadores de transmissão e internação permanecem altos na cidade de São Paulo, em uma política sanitária com severas restrições e a recomendação de, sempre que possível, reduzir a circulação e manter o isolamento. Embora tenhamos ao final do mês de abril uma redução significativa nas internações (29%) e uma diminuição na pressão sobre os serviços de saúde, os índices de ocupação das UTIs permanecem críticos na Grande São Paulo (77,3%), um dos indicadores que faz com que a fase vermelha seja mantida pelo menos até o próximo dia 9 de maio. A tragédia da pandemia no nosso país já se traduz em mais de 400.000 mortes.
Diversos epidemiologistas e centros de pesquisa alertam para a possibilidade de um cenário de recrudescimento da transmissão nas próximas semanas, em consequência da recente abertura realizada no comércio e serviços ¹. O cenário político institucional ainda é marcado pela desarticulação entre os diversos entes federativos, a ausência de uma política consensuada de enfrentamento da pandemia e a falta de um programa consistente de aquisição de vacinas e da sua aplicação na população.
A educação permanece considerada na cidade de São Paulo uma atividade essencial, com as escolas podendo atender presencialmente até 35% dos alunos. A presença é facultativa e as redes públicas estão priorizando o atendimento dos alunos com dificuldades de acesso à internet ou em situação de vulnerabilidade. A análise desse contexto aponta para a perspectiva de que o ritmo do processo do ensino e da aprendizagem permanecerá ditado ao menos prioritariamente pelas atividades mediadas pelas tecnologias que temos desenvolvido em cada ciclo, pelo menos até o final deste semestre.
Na nossa escola, realizamos uma consulta com as famílias, discutimos os resultados ² e encaminhamentos em reuniões por ciclo, e temos conversado sistematicamente com os nossos educadores. Os dados e as análises apontam para as seguintes considerações: as condições sanitárias atuais não apontam para um retorno seguro para as atividades presenciais e exigem um compromisso coletivo para a redução das condições de transmissão; o trabalho mediado por tecnologias reorganizado para este ano letivo está conseguindo assegurar o vínculo e as aprendizagens para a maioria das crianças e jovens; é necessário redobrar e intensificar as ações de acompanhamento e as oportunidades de aprendizagem para os alunos que não estão conseguindo se vincular ao trabalho que está sendo realizado; é na Educação Infantil e nos dois anos iniciais do Ensino Fundamental que se observa a maior necessidade do trabalho presencial para acolher e favorecer a aprendizagem das crianças.
Nesse contexto, temos trabalhado com os professores e assessoria especializada em epidemiologia um programa de atividades presenciais opcionais para as crianças da Educação Infantil e 1º e 2º ano do Ensino Fundamental. A intenção é privilegiar a interação e atender prioritariamente as crianças que necessitam do apoio presencial para refazer o vínculo com os educadores, seus pares e as atividades propostas. Nossa intenção é apresentar o projeto para as famílias na próxima semana.
Nos demais anos do Ensino Fundamental encerramos o primeiro trimestre em 30 de abril. Os conselhos de classe permitirão avaliar os resultados da aprendizagem e considerar o quanto oportunizar atividades presenciais pode colaborar com os alunos que estão com mais dificuldades de aprendizagem. O mesmo encaminhamento será considerado em relação aos alunos do Ensino Médio que já concluíram o primeiro bimestre letivo.
Por fim, queremos renovar nosso compromisso com as aprendizagens de cada criança e jovem com os quais compartilhamos a prática educacional e com cada um de vocês que tornam possível esse projeto.
Direção do Colégio Equipe
2 A consulta levantou quais pais autorizariam a presença dos seus filhos em atividades na escola. Na EI, o índice foi de 60%. No Ensino Fundamental I, a média de famílias que autorizariam é de 35%. Nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, 20%.