Um olhar novo para uma forma antiga de ir à escola

12/11/2015

Quando falamos de trânsito, parece que batemos sempre na mesma tecla: ir e vir tornou-se uma preocupação para quem vive em São Paulo. Tamanha imobilidade também atinge as escolas, as crianças, os pais, os professores e os funcionários.

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Quem já não viu esta cena? Diariamente, por volta das 7h30 e das 13h00, quem passar em frente a qualquer colégio de São Paulo verá um cenário muito parecido. Trânsito na quadra toda, motoristas irritados buzinado, crianças saltando dos carros, funcionários das instituições tentando agilizar o embarque e o desembarque, vans de transporte escolar tentando estacionar… Se o dia estiver chuvoso, tudo fica mais dramático, confuso e barulhento.

A professora Carolina Padilha trabalha no 1°ano do ensino fundamental do Colégio Equipe e, pedestre ativa na cidade de São Paulo, acompanha esse vai e vem há muitos anos. Foi assim, andando, que ela teve uma ideia simples, um projeto chamado Carona a Pé.

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Como o nome sugere, é um movimento que incentiva adultos e crianças a caminhar juntos no trajeto de casa até a escola, em um horário pré-estabelecido, seguindo uma rota determinada.

“Quando comecei a colocar a ideia no papel vi que do caminho da minha casa até a escola moravam 17 alunos. Eles poderiam ir comigo para a escola, afinal, estávamos indo todos para o mesmo lugar, no mesmo horário. Já conhecia a maioria das famílias, tenho um bom vínculo com as crianças, melhoraria o trânsito e proporcionaria uma experiência nova aos alunos: caminhar em grupo”, diz Carol.

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Quando trouxe a proposta para a comunidade, a professora encontrou muita empatia e apoio de outros adultos que também faziam seus percursos diários até a escola e poderiam oferecer uma carona. Outra questão importante, a carona poderia (e pode) facilitar a dinâmica de outras famílias, um sentido prático de cooperação.

O revezamento de “condutores”, como são chamados os adultos responsáveis por guiar o grupo de crianças, desenvolve ainda outro laço: é possível confiar o seu filho a outro adulto da comunidade escolar.

“Caminhar pelo bairro já era uma prática de muitas famílias, principalmente na região onde a escola está localizada. O que eu fiz foi organizar e, aos poucos, ir mostrando para as pessoas que, quanto mais nos comunicamos, mais podemos aproveitar o tempo e estreitar os vínculos”, afirma.

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O Carona a Pé não é um serviço ou um programa do Colégio Equipe: trata-se de uma maneira que um grupo de professores e pais construíram para colaborarem uns com os outros, com a crença de que a educação das nossas crianças acontece não apenas do lado de dentro dos muros da escola, mas em todos os espaços.

“No início, meu filho, que está no 5° ano, estava achando muito chato, tudo era motivo de reclamação. Aos poucos vi a postura dele mudando. Sente-se responsável por ser o mais velho da rota, tem um compromisso com esse grupo, está mais pontual, percebeu que não há problemas em caminhar respeitando o ritmo mais lento dos alunos mais novos, chega no horário e sente-se orgulhoso quando conta que é do Carona a Pé”, diz Diana Csillag,  mãe de aluno do Colégio.

Atualmente existem cinco rotas, três no período da tarde e duas de manhã, com mais de cinquenta crianças e 17 adultos envolvidos.

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“Meu desejo é  que mais famílias se organizem e novas rotas surjam”, diz Carol. Outros planos ainda incluem ampliar as caronas para o horário de saída e criar pontos para que os alunos que moram longe possam vir de carro até eles e depois seguirem com seus colegas até a escola. “Como é uma experiência nova, estamos dando um passo de cada vez e aprendendo muito com essa construção coletiva, que já revela pequenas transformações”, completa.

“Acho a iniciativa muito bacana. É possível ver uma entrada mais organizada, as crianças chegam animadas e pais que antes nem se falavam agora se conhecem, conversam e estão até mais sorridentes”, afirma Jailton de Jesus Souza, inspetor de alunos do Colégio Equipe.

“É muito mais que uma caminhada em grupo. A intenção é tornar essas crianças mais ativas como cidadãs, colocá-las juntas para olharem as belezas e os problemas do bairro e propor uma nova relação com a cidade onde vivem”, afirma Carol.

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Vida longa ao Carona a Pé que está mudando o entorno, aproximando pessoas, contribuindo para o meio ambiente e fortalecendo as relações!

Para quem deseja saber mais: caronaape@gmail.com

 

 

 

Texto:

Carolina Padilha – Prof.ª do 1° Ano do Ensino Fundamental I

Flávia Fontes – Mãe de aluno do Ensino Fundamental I

Imagens:

Acervo do Carona a Pé

Um olhar novo para uma forma antiga de ir à escola

12/11/2015

Quando falamos de trânsito, parece que batemos sempre na mesma tecla: ir e vir tornou-se uma preocupação para quem vive em São Paulo. Tamanha imobilidade também atinge as escolas, as crianças, os pais, os professores e os funcionários.

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Quem já não viu esta cena? Diariamente, por volta das 7h30 e das 13h00, quem passar em frente a qualquer colégio de São Paulo verá um cenário muito parecido. Trânsito na quadra toda, motoristas irritados buzinado, crianças saltando dos carros, funcionários das instituições tentando agilizar o embarque e o desembarque, vans de transporte escolar tentando estacionar… Se o dia estiver chuvoso, tudo fica mais dramático, confuso e barulhento.

A professora Carolina Padilha trabalha no 1°ano do ensino fundamental do Colégio Equipe e, pedestre ativa na cidade de São Paulo, acompanha esse vai e vem há muitos anos. Foi assim, andando, que ela teve uma ideia simples, um projeto chamado Carona a Pé.

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Como o nome sugere, é um movimento que incentiva adultos e crianças a caminhar juntos no trajeto de casa até a escola, em um horário pré-estabelecido, seguindo uma rota determinada.

“Quando comecei a colocar a ideia no papel vi que do caminho da minha casa até a escola moravam 17 alunos. Eles poderiam ir comigo para a escola, afinal, estávamos indo todos para o mesmo lugar, no mesmo horário. Já conhecia a maioria das famílias, tenho um bom vínculo com as crianças, melhoraria o trânsito e proporcionaria uma experiência nova aos alunos: caminhar em grupo”, diz Carol.

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Quando trouxe a proposta para a comunidade, a professora encontrou muita empatia e apoio de outros adultos que também faziam seus percursos diários até a escola e poderiam oferecer uma carona. Outra questão importante, a carona poderia (e pode) facilitar a dinâmica de outras famílias, um sentido prático de cooperação.

O revezamento de “condutores”, como são chamados os adultos responsáveis por guiar o grupo de crianças, desenvolve ainda outro laço: é possível confiar o seu filho a outro adulto da comunidade escolar.

“Caminhar pelo bairro já era uma prática de muitas famílias, principalmente na região onde a escola está localizada. O que eu fiz foi organizar e, aos poucos, ir mostrando para as pessoas que, quanto mais nos comunicamos, mais podemos aproveitar o tempo e estreitar os vínculos”, afirma.

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O Carona a Pé não é um serviço ou um programa do Colégio Equipe: trata-se de uma maneira que um grupo de professores e pais construíram para colaborarem uns com os outros, com a crença de que a educação das nossas crianças acontece não apenas do lado de dentro dos muros da escola, mas em todos os espaços.

“No início, meu filho, que está no 5° ano, estava achando muito chato, tudo era motivo de reclamação. Aos poucos vi a postura dele mudando. Sente-se responsável por ser o mais velho da rota, tem um compromisso com esse grupo, está mais pontual, percebeu que não há problemas em caminhar respeitando o ritmo mais lento dos alunos mais novos, chega no horário e sente-se orgulhoso quando conta que é do Carona a Pé”, diz Diana Csillag,  mãe de aluno do Colégio.

Atualmente existem cinco rotas, três no período da tarde e duas de manhã, com mais de cinquenta crianças e 17 adultos envolvidos.

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“Meu desejo é  que mais famílias se organizem e novas rotas surjam”, diz Carol. Outros planos ainda incluem ampliar as caronas para o horário de saída e criar pontos para que os alunos que moram longe possam vir de carro até eles e depois seguirem com seus colegas até a escola. “Como é uma experiência nova, estamos dando um passo de cada vez e aprendendo muito com essa construção coletiva, que já revela pequenas transformações”, completa.

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